terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Inferno Verde


Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

O ano era 1997. O Bahia jogava contra o Juventude na Fonte Nova precisando de uma vitória simples para fugir do rebaixamento, enquanto o time gaúcho precisava segurar, pelo menos o empate, para passar para segunda fase do Brasileirão daquele ano. O jogo começa e antes do término do primeiro tempo, diante da apatia do time baiano, a torcida ameaça invadir o campo, caso o Bahia não ganhasse o jogo. No intervalo da partida, centenas de policiais com cães, escudos, capacetes e cacetetes invadem o campo e postam-se à beira do gramado, circulando todo o estádio, fazendo uma barreira humana. O jogo termina 0 x 0 e o Bahia é rebaixado pela primeira vez. A torcida vaia, chora, xinga, mas intimidada pela força policial, vai para casa em paz.

Doze anos depois, uma situação similar aconteceu e Curitiba, cidade considerada modelo, só que com um desfecho trágico. Desfecho que poderia ser evitado se houvesse uma preocupação da PM em se antever a invasão da torcida bem antes do término da partida. A PM afirmou que 700 policiais estavam no estádio, mas o que vimos foi uma grande quantidade de vândalos partindo pra cima de um punhado de policiais, que defendiam com bravura, a integridade física os jogadores, árbitros e jornalistas, mesmo estando em menor numero.

Mas o problema não pode ficar todo nas costas da polícia, a direção do Coxa só se preocupou em encher o estádio, barateando os ingressos, sem observar a questão da segurança, além disso, deu grande prestígio as torcidas organizadas, aliás, o excesso de prestígio das organizadas por parte dos clubes, as vezes em troca de apoio político, está causando problemas sérios em todo o país.

A policia está trabalhando para identificação dos bandidos através das imagens de TV, mas outras medidas tem que ser tomadas, como o fim das torcidas organizadas envolvidas no confronto, punição exemplar do Coritiba, que na minha opinião, deveria ficar no mínimo, um ano sem jogar no Couto Pereira ou em qualquer outro estádio da capital paranaense. Os criminosos identificados, além de serem presos, deveriam ser obrigados a se apresentarem em uma delegacia toda vez que o Coritiba jogasse durante alguns anos. Deveriam também serem obrigados a pagarem os prejuízos causados ao patrimônio público e privado e se não tivessem condições financeiras deveriam pagar com serviços prestados a comunidade.

A cidade que se diz modelo para o Brasil poderia aproveitar para ser modelo de punição para esses bandidos que mancharam de sangue o Campeonato Brasileiro de 2009.

Um comentário:

Anônimo disse...

Tem que acabar com as torcidas organizadas no Brasil inteiro.